domingo, 12 de setembro de 2010

Força de Gaia

Se tem um filme que despertou em mim um gosto para ficção científica foi Avatar. Não pela cor azul que é o tema do último post relacionado, mas pela filosofia da mãe-Terra com a deusa Ewa. (Preciso dizer que a minha divindade grega preferida é Gaia?).
Os Na’vi representam uma filosofia presente em muitas culturas. Aliás, praticamente em todas, exceto a ocidental.
Os maias, para todos os dias de um calendário religioso de 260 dias eles tem uma porrada de calendários, tinham uma combinação energética diferente. Continha essa energia tudo que fosse animal, vegetal ou mesmo mineral nascido neste dia. Esse calendário energético é chamado de tonalpohualli. (Em nahuatl).
Em algumas culturas africanas lá está a força vital. A ligação dos orixás com tais forças são óbvias e mais óbvio ainda é cada ser humano ser “filho” de um orixá. Cada ser humano vibra na freqüência do seu orixá. Cada ser humano vibra de acordo com uma força da natureza.
E olhe que coincidência: Ewa é o nome de uma orixá. Na Umbanda Esotérica e no Camdomblé. Ela foi dividida em 9 partes, e uma delas se tornou Iansã.

A força vital é energia. É o ki. O shi.
Mesmo nas artes marciais eu preciso dizer orientais? essa energia está presente! Kiai, o “berro” que acompanha um golpe é traduzido como: ki= energia, ai= explosão.
Você pode pensar "Tá bom Nícolas, senta lá", no entanto, parte da filosofia marcial é a observação e o respeito a natureza. O zen budista, da paz com o cosmos.
O kiai é uma explosão de energia pessoal. A mesma energia dos filhos de orixás e o mesmo tonalpohualli dos maias.
A força de Ewa do filme.
A concepção religiosa sobre a mãe Terra é uma das mais antigas. Você pode encontrar tanto na Suméria quanto em achados pré-históricos.
A ligação entre a Terra e o ser humano, evidentemente ligada a necessidade humana de conservar seu planeta, é expressada nos discursos ocidentais ecológicos anti aquecimento global.
Meio atrasadinho, mas quem sabe o ocidente não aprenda a importância da Mãe Terra?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Oi, reparou no vaso? Bjos

Então, se você é um bom observador, com certeza viu que muitas postagens sobre História Antiga tem vasos como ilustrações.
O vaso ele é o maior símbolo da cultura grega antiga. Além disso, base comercial grega eram os vasos.
Não haviam talheres, caixas, ou copos. Haviam vasos. De bronze, argila, cerâmica, etc. Vasos, vasos, vasos.
E são nesses vasos que podemos estudar a arte grega, sua mitologia não hesiódica e, tão importante quanto, as influências culturais gregas espalhadas por todo o mediterrâneo.
Tem uma doutora da UNICAMP que recém fez a tese em que mostrava como a resistência à cultura grega se deu na Magna Grécia (nossa amada Sícilia) através... Dos vasos. ah como eu queria me lembrar o nome dela!
Em relação ao termo "mitologia não hesiódica" que eu nunca tinha visto em lugar qualquer e me perdoem pela criação grotesca, me refiro ao que Hesíodo não conta em sua teogonia. Se ele contou uma história, com certeza realizou, arbitrariamente ou não, uma seleção de divindades apresentáveis e versões para suas histórias foram selecionadas. Portanto, prender seus conhecimentos mitológicos gregos na teogonia, é submeter-se a uma versão formada por uma arbitrariedade de origem desconhecida.
Fora que, voltando aos vasos meninos e meninas, vocês não vão saber todas as histórinhas sobre Zeus na faculdade, mas com certeza vão escutar a palavra vaso um zilhão de vezes.
Os famosos comportamentos sexuais gregos podem ser admirados em alguns vasos que se encontram escondidos em museus europeus. cara, talvez eu tenha lido isso no "Amor, desejo e poder na Antiguidade", mas não tenho certeza.

Administração imperial e o poder do nobres na Idade Média

Ao contrário do Estado centralizado da Roma pagã, Carlos Magno dividia as terras e dava aos nobres em formas de ducados e marcas (então, a duques e marqueses), terras de fronteira para que garantissem a defesa das fronteiras imperiais.
A distinção de marquês, conde e duque vem daí: a extensão e o quão perto da fronteira a terra é.
Carlos Magno não possuía uma capital oficializada, embora devemos lembrar que Aix-la-Chapelle fora palco de importantes eventos para tal império. Essa descentralização levou o imperador a uma curiosa estratégia: os missi dominici.
Esses missi dominici trabalhavam sempre em duplas: um leigo e um clérigo, que fiscalizavam os nobres senhores feudais, vassalos do imperador. Eles trabalhavam rotativamente, e nem sempre eram bem-vindos.
A administração de Magno levou ao engrandecimento dos nobres, que só mantinham-se leais ao rei por voto de vassalagem. No entanto, em uma época que os mais fracos viam-se obrigados a se refugiarem-se no castelos dos mais fortes, isso conferiu grande poder a esses nobres e clérigos senhores feudais.
A administração Carolíngia, levou a uma diferença social enorme. Os senhores feudais, devida a quantidade de servos que tinham, possuíam um exército, recursos econômicos e, por isso, poder político.
Tudo isso para explicar o fim da dinastia carolíngia, após aproximadamente um século da morte de Carlos. Os nobres conseguiram competir com os reis e qualquer monarquia era cortada e recortada por golpes de nobres poderosos.
O fato dos missi dominici serem um leigo e um clérigo também evidencia a firme relação do poder imperial carolíngio e a Igreja.

domingo, 5 de setembro de 2010

Hýbris

Como o objetivo desse blog é traduzir alguns textos historiográficos para um português acessível, porque não traduzir um grego básico para uma melhor compreensão da Antiguidade? Seguindo o fluxo, da postagem sobre o tempo grego, e ainda se baseando no livro: "Mito e Pensamento entre os Gregos" do nosso comunista assumido preferido Vernant que nunca, pelo que eu saiba, foi terrorista as divisões das raças ouro, prata, bronze e heróis se dá pelos conceitos de Hýbris e Díke. Vamos explorar o conceito de Hýbris um pouquinho.
Hýbris é maléfica, especialmente para os pobres, segundo Hesíodo. A Hýbris é a desmedida. Hýbris é ultrapassar os limites segundo um dicionário de Filosofia que eu encontrei perdido na biblioteca.
O conceito filosófico de Hýbris pode ser visto com Ícaro, que tentou se igualar a um deus e morreu por isso. Hýbris então, é a ambição humana de se igualar aos deuses.
É muito legal como a gente observa a influência do pensamento de punição divina àqueles que ultrapassam limites, inclusive em relação a filosofia católica.
A raça de prata foi destruída por sua Hýbris desmedida, assim como a raça de bronze também se destaca à dos heróis por esse valor.